terça-feira, 12 de abril de 2011

Importante: Porque param de comer com um ano

Os bebês comem, em relação ao seu tamanho, muito mais que os adultos. Isso significa que, no processo de tornar-se adultos, cedo ou tarde terão que começar a comer menos. Mais cedo, que tarde, para surpresa e terror de muitas mães. Os bebês costumam “deixar de comer”, aproximadamente ao fazer um ano. Alguns já deixam de comer desde os nove meses, outros “aguentam” até um ano e meio ou dois anos. Uns poucos nunca deixam de comer, enquanto outros “nunca comeram bem, desde que nasceram”.

O motivo dessa mudança por volta do primeiro ano é a diminuição da velocidade do crescimento. No primeiro ano, os bebês engordam e crescem mais rapidamente que em qualquer outra época da sua vida extra-uterina. Durante o segundo ano, diferentemente, o crescimento é muito mais lento: uns nove centímetros e um par de quilos. Assim temos que, dos três principais capítulos do gasto energético, a energia necessária para movimentar-se aumenta, porque o bebê se move mais e a necessária para manter-se com vida também aumenta, porque o bebê é maior. Mas a energia necessária para crescer diminui de forma espetacular e o resultado é que muitos bebês necessitam comer o mesmo ou menos.

Segundo cálculos de especialistas, os bebês de um ano e meio comem pouco mais que os de nove meses. Os pais, não informados deste fato, fazem um cálculo aparentemente lógico: “Se com um ano come tanto, com dois comerá o dobro”. Resultado: uma mãe tentando dar o dobro de comida a um bebê que precisa da metade ou menos. O conflito é inevitável e violento.

“Até quando continuam sem comer?” A situação costuma ser transitória. Aconselhadas por avós, vizinhas e pediatras, as mães costumam pensar que seus filhos “mudarão”. De fato, muitas crianças com cinco ou sete anos, ao aumentar seu tamanho corporal, começam a comer um pouco mais que antes. Mas, nem sempre este pequeno aumento é suficiente para suprir as aspirações de suas famílias. Por uma parte, a quantidade de alimento que cada pessoa precisa é muito variável e algumas crianças comem mais ou muito menos que seus colegas da mesma idade e tamanho. Por outra parte, as expectativas dos pais podem ser também muito distintas: algumas mães se conformariam que seu filho coma todo o prato de macarrão, outras esperam que além do macarrão coma também um bife com batata, uma banana e um iogurte. Por um motivo ou por outro, muitas crianças continuam sem comer até o início da adolescência. Então, quando o lento crescimento dos anos anteriores se transforma na espichada, os moleques sentem um apetite insaciável e para espanto e alegria de suas mães acabam com a geladeira e enfiam tudo o que encontram dentro de un sanduíche.

Do livro Mi niño no me come, de Carlos González

Tradução de Bel Kock-Allaman

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