terça-feira, 9 de agosto de 2011

A morte e as crianças


Ontem eu durmi com o coração na mão. Ao colocar a minha pequena princesa para dormir ela pergunta:
_Mamãe, né que a gente não vai morrer?
_Quem te falou isso, meu amor?
_Fala pra eu que a gente não vai morrer, mamãe.
_Não, meu amor, a gente não vai morrer (agora) ainda vai demorar muitooooo tempo. Lembra que a Bisa Olga e a Pretinha (cachorra da Nona) estão juntinhas morando lá no céu?
_(Aos prantos) Mas a Duda me falou que vocês vão morrer antes que eu. (Chorando muito, que não conseguia nem falar.)
_Filha, a mamãe e o papai vão estar juntinho com você pra sempre. Tá?
_ Tá. (Me abraçou e dormiiu abraçadinha. E eu queria ficar lá pra sempre.)

Eu, definitivamente, não estava preparada para falar sobre morte para a minha filha. E como uma informação jogada na vida dela pode causar um sofrimento sem tamanho.

Há pouco mais de um ano eu passei por um momento muito dificil, uma cirurgia, em que eu corria risco de vida, e o medo de não ver a minha filha crescer foi o maior da minha vida.

E hoje cedinho fui procurar algumas informações sobre o assunto. Então encontrei esse texto da Vilma Medina.

Como explicar a morte às crianças. Como falar-lhes de algo que não conhecemos. Como falar de algo que não conhecemos? Como falar da morte para as crianças? O que é morrer? Não interessa que sejamos crianças para que façamos essas perguntas uma vez ou outra. E se a dúvida persistir para os adultos, imagine para os mais pequeninos do casal. É difícil explicar o inexplicável. Mas isso não tira a importância do tema. Por volta dos 4 anos de idade, muitas crianças farão essas perguntas aos seus pais. O que iremos dizer?

A morte é um tema delicado e devemos escolher bem as palavras para não afetar a criança, e falar de acordo com a idade que tenham. O que as crianças devem saber a respeito da morte? Além das crenças religiosas que cada família deve transmitir, existem verdades, compartilhadas com todos, e que não podem deixar de dizê-las. Por exemplo:

O que é morrer?

Morrer é terminar de viver. As explicações como “se foi”, “está no céu”, ou “desapareceu”, “o perdemos”, não são tranquilizantes se não se explica claramente que na verdade se trata do final de uma vida.

Você vai morrer? E eu? Quando?

Não devemos enganá-las dizendo: “quando a gente estiver velhinho”. Sabemos que, lamentavelmente não é sempre assim: bebês morrem, crianças, jovens, adultos e velhos. Morremos quando a vida acaba. Tudo o que nasce, morre. Até aproximadamente os 6 anos de idade, as crianças se angustiam com o tema da morte. Falarão com naturalidade, e depois de obter a resposta que buscavam, continuarão com seu almoço, seus jogos, ou seu filme. Nós, os adultos, é que nos angustiamos. Como notamos os exemplos citados, as crianças precisam saber que o corpo sem vida fica no cemitério, onde se localizam as tumbas e num lugar está escrito o nome, sobrenome, data de nascimento e de falecimento da pessoa que morreu. Ali se pode recordar. A morte torna-se uma inquietude a todas as crianças e em todo o ser humano.

O que acontece com os mortos?

Alguns falarão da alma (devemos tomar cuidado com as expressões afim de que a criança não a busque em um lugar físico e concreto, temendo sua aparição). Outra maneira de responder poderia ser: “ficam as fotos, as recordações, tudo o que nós e aqueles que o conheceram, vivenciamos com ele, ficam as imagens dos momentos compartilhados junto a ele e fica a marca que deixou em nossas vidas”.

Antes de terminar é importante atentar que quando as crianças não fazem perguntas sobre a morte de um ser querido, não significa que não as tenham. Eles percebem que formulá-las abertamente provocaria angústia e incômodo nos adultos. Se não se falar sobre isso, aparecem sintomas (físicos e psíquicos) de diferente gravidade.

A verdade pode ser triste, mas ignorá-la, pode adoecer.

O livro “Por que o Elvis não latiu?”, aborda uma das situações mais marcantes e dolorosas na vida de uma criança; a morte de seu cão.

"Por que o Elvis não latiu?", explica a morte dos animais para crianças (capa:Tayla Nicoletti)

Dialogar com os pequenos sobre um assunto tão triste e ao mesmo tempo tão complexo: a morte do animal de estimação. Esse é o tema do livro infantil “Por que o Elvis não latiu?”, lançado pela Editora 8Inverso no final do ano.

Com linguagem poética e palavras fáceis para o público infantil, no decorrer do livro o autor (Robertson Frizero) constrói uma narrativa que aborda aos poucos a questão da morte com as crianças de um modo muito particular, mas sem fugir da realidade.

O livro é uma dica para os pais que têm dificuldade de conversar sobre esse assunto com os filhos, pois também ensina aos adultos como abordar a perda do bichinho de estimação com as crianças, sem mentir ou fazer rodeios.

Esse texto AQUI da Sasha Silveira também é muito interessante.

E você como lida com esse assunto?



3 comentários:

Angi disse...

Kelly!
pode participar sim....se alguém for buscar para vc, sem problema!
Corre lá, que ainda está em tempo!
e tem um sorteio tb!
beijocas

Fabi disse...

Esse assunto é mto difícil mesmo... engraçado amiga que a poucos dias Mathues tbm me questionou sobre o assunto,alguém disse exatamente que morremos qdo ficamos velhos, e como o Mau ta ficando grisalho ele perguntou se o pai ia morrer, e pediu que ele nao deixasse o cabelo branco pq ele não queria que o pai moresse, ai corta o coração da gente né? E ontem ele pediu tbm depois de qto tempo a gente volta qdo morre...

Robertson Frizero disse...

Agradecendo imensamente a divulgação, gostaria de convidar os leitores a conhecerem "Por que o Elvis não latiu?": http://www.youtube.com/watch?v=N_T_o0Xbrho&feature=player_embedded

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