segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Relactação, a solução!

Você conhece? Já ouviu falar? Então vamos direto ao ponto, sobre como fazer a relactação, e depois conversamos mais á respeito.

PARA A RELACTAÇÃO, será preciso:

* Sonda nasogástrica nº 4 ou 5

É por onde o leite vai passar até chegar ao bebê.

* Seringa, mamadeira pequena ou (melhor opção) Frasco de nutrição suplementar\ ou frasco de nutrição enteral.

Esse frasco substitui a mamadeira ou a seringa, pois é de mais fácil manuseio, deixando as mãos livres.

Para a relactação o uso desse utensílio é melhor, pois faz com que o leite desça pela sonda com maior praticidade. A mamadeira algumas vezes não permite a descida do leite satisfatoriamente. A seringa pode acontecer de pressionar rapidamente soltando jatos na boca do bebê, ocasionando em engasgo.

Pode encontrar a sonda e o frasco por preços que variam de r$ 0,40 (é, só isso mesmo!), a R$ 8,00, em lojas de produtos farmacêuticos (talvez encontre em farmácias comuns).

Lojas especializadas em bombas de ordenha do leite materno e utensílios para amamentação vendem (também via internet), o equipamento completo, por preços mais altos. Apenas o frasco mostrado na foto da mãe relactando, acima, sai em média de R$ 70,00 a 250,00!

* Fita crepe, para prender a sonda junto ao seio.

Pronto!

Depois de organizar os detalhes, comece a relactação:

Coloque a ponta da sonda cerca de 2cm ao lado, ou por cima do mamilo.

• Prenda a sonda com a fita crepe. Se achar mais confortável, segure firme, sem prender.

*Se o bebê sugar muito rápido o leite do recipiente, arrume sonda de calibre menor, ou aperte com o dedo administrando a quantidade.

Ao iniciar a relactação, evite:

• Dar outro líquido ao bebê;

• Utilizar mamadeira. Nos momentos em que não relactar, utilize copinho ou colher para dar o leit, evitando a confusão de bicos pelo bebê;

• Aproveite quando ele estiver com fome, para que a aceitação seja maior;

• Se consegue ordenhar o leite para colocar no recipiente, bom. Caso nao seja possível, não há problemas. Dê o leite que o bebê está acostumado.O importante, agora, é a sucção do seio.

•Pingue o leite com seringa ou conta-gotas nos lábios do bebê, no mamilo e na aréola do seu seio, para que ele sinta o cheiro e o sabor, estimulando a pega;

• Realize todos os dias a ordenha do leite materno, de 2 em 2 horas, mesmo que não tiver leite para ordenhar. Isso vai estimular a produção, aos poucos, mas logo dará resultados.

Quando fazer a relactação

• Quando o bebê deixou o peito para usar a mamadeira, e a mamãe quer voltar a amamentá-lo;

• Quando o bebê apresenta sucção pouco eficiente e apresenta baixo peso;

• Quando o bebê parece rejeitar o seio;

• Bebê prematuro que não consegue ordenhar todo o leite necessário para sua nutrição;

• Bebê doente – cardíaco e outros – que não podem fazer esforço;

• Portadores de síndromes, caso haja dificuldade;

• Recém-nascidos cujo leite da mãe não desceu;

• Mães que tomaram medicamentos para secar o leite e querem retomar a amamentação;

• Mamães adotivas que querem amamentar seus bebês.

Mas, então, para quem ainda não sabe, o que é a Relactação?

Relactação é uma maneira simples de auxiliar as mamães que querem amamentar seus bebês, mesmo quando por motivo de força maior tiveram que parar de dar o peito, ou nunca deram (mães adotivas ou que tiveram problemas de saúde que as impediram de fazê-lo).

Aqui no Brasil, a relactação é mais conhecida graças ao trabalho de divulgação de instituições não governamentais que apóiam a amamentação (nacionais ou internacionais). No exterior, já é velha conhecida de algumas décadas.

Á partir dessas organizações é que a relactação tornou possível a realização do desejo das mães que querem amamentar seus filhos. Descobrindo ainda que não há motivos que impeçam uma mulher de relactar.

Completamente ligada á natureza feminina, a relactação ativa hormônios (a ocitocina e a prolactina) que não apenas ajudam na produção do LM (leite materno), como o faz aumentar consideravelmente!

Muitas mães podem conseguir o mesmo apenas colocando o bebê para sugar o seio, em intervalos regulares, mas outras precisam de uma forcinha extra.

Se algum médico “liberar” fórmulas artificiais para seu bebê, entre outros motivos, porque:

1) Parece não ganhar peso (provavelmente porque a pega do seio não está correta, então ele ingere menos leite materno do que poderia);

2) Seu leite é fraco e não sustenta o seu filho (idem acima. Esse mito é o mais absurdo do rol de “motivos” para introduzir alimentação complementar precocemente)

3) Está com mastite ou rachaduras no seio, depressão pós-parto, tomando remédios que poderiam ser evitados, etc.

Pense muito bem antes de trocar a amamentação pela alimentação artificial. E lembre-se da relactação para retornar a beneficiar seu bebê com o melhor alimento que pode fornecer para ele.

A relactação ainda não é muito difundida nos bancos de leite de maternidades, e mesmo em bancos de leite oficiais, brasileiros. Nem mesmo naqueles que constam na lista da página da Fiocruz (depois posto o link).

Deveria ser indicada como técnica para auxílio em tratamento de prematuros e bebês nascidos em tempo, internados em hospitais do país.

Deveria ser parte da especialização de médicos pediatras (que tanto aprendem em cursos patrocinados por indústrias de fórmulas de leite em pó a desestimular a amamentação, pois conhecem substitutos ao LM mais lucrativos, não para os pais).

Deveria ser opção de tratamento para bebês alimentados artificialmente, que padecem de doenças que prejudicam seu desenvolvimento, como por ex. RGE ou alergias alimentares;

Aliás, a (cada vez mais crescente) alergia ao leite de vaca e fórmulas á base de é a número 1 entre bebês e crianças até 3 anos. Isso subestimando a realidade, com casos e casos mal diagnosticados.

Enquanto vemos o “apoio” á amamentação sendo feito de forma frouxa (em ações do governo federal, com campanhas publicitárias onde apenas mostram artistas conhecidas do grande público), na realidade, nada de efetivo e concreto é realizado junto á população, para que resulte em conscientização e apoio real á amamentação materna no país.

2 comentários:

Trícia Ferreira. disse...

Amiga, pra mim isso é novidade! Nunca havia ouvido falar de relactação. Talvez se soubesse disso qdo a Gigia ainda era bbzinha eu tivesse tentado. Queria muito que ela tivesse ficado mais tempo no peito (ela mamou 6 meses só).

Quem sabe, se em um futuro bem futuro, eu tiver outro eu consiga amamentar mais tempo.

Obrigada pela informação!

Mari Hart disse...

Conheci a relactação através de uma comu do orut, mas daí já era tarde demais...

Acho um doms maiores gestos de amor, um dos mais nobres que pode existir no ser humano, o amor incondicional de mãe!

Tudo na vida é informação né!?E o acesso a ela é muito importante, e repassaá-la mais ainda!=)

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