sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Como você fala com o seu filho?


O uso de palavras incorretas deve ser sempre evitado. Já a mudança de entonação da voz na hora de conversar com o seu filho é algo que divide os especialistas.
Uma das coisas que mais me irrita é quando as pessoas falam com as crianças do modo que ela fala. Na casa da minha sogra é assim, preseciei MUITAS vezes os tios falando com a Maria Fernanda (2) do jeitinho lindo que ela fala, trocando o M pelo B. Não é porque é lindo que precisa ficar repetindo, né? Eu sei que a Mãe dela não faz isso, mas os tios que convivem com ela fazem. E eles não têm noção do mal que estão fazendo para a MINHA princesa, ram! O mais engraçado é que eles também falam com a AnaLu da mesma forma e ela fica boiando achando que são problematicos.
Numa tentativa de simplificar o entendimento da criança, alguns pais e parentes costumam abusar da chamada linguagem tatibitate. Além de falar as palavras incorretamente, mudam a entonação da voz, imitando o filho. "Essa função é da criança. Ela aprende a falar por repetição, ouvindo e imitando o adulto. Os pais devem procurar dizer as palavras corretamente para não confundi-la", afirma a psicopedagoga e fonoaudióloga Quezia Bombonatto. Metáforas de associação, como chamar cachorro de "au-au" e machucado de "dodói", podem facilitar a vida da criança, porque são expressões fáceis de pronunciar. "Não há problema em usar para identificar algumas coisas, mas adotar frases inteiras dessa forma retarda o aprendizado da linguagem", diz a fonoaudióloga Silvana Selvaggi. Pelo mesmo motivo, os pais devem evitar os diminutivos, que tornam a conversa com o filho muito infantilizada. O ideal seria adotar frases curtas, simples e claras, como “Aqui está a sua mamadeira” ou “É hora do banho”. "É bom os pais passarem essas dicas para as outras pessoas que cuidam da criança, como os avós ou a babá", sugere Silvana.


Ainda com relação à entonação, alguns especialistas defendem a variação do tom da voz para conversar com bebê como forma de construir uma ligação afetiva com ele. Afinal, fugir totalmente da tatibitate pode ser muito difícil. Uma prova disso é que todas as culturas utilizam alguma forma linguagem específica - ou um jeito mais infantil - para falar com os bebês.

Segundo a fonoaudióloga do hospital Santa Catarina, Ana Maria Hernandez, há estudos recentes que indicam que o bebê reage de maneira diferente à fala do pai e da mãe. O timbre mais grave do homem faz com que a criança fique mais agitada e responda mais rápido e o tom mais delicado e agudo das mulheres faz com que ela responda até mesmo com uma movimentação corporal mais harmoniosa. “Mas não existe um timbre melhor do que o outro. É importante que o bebê esteja exposto a diversidade para que desenvolva da melhor maneira possível a linguagem”, explica Ana Maria.


Os verbos, mais difíceis de serem aprendidos do que os substantivos justamente porque não podem ser vistos ou tocados, demoram mais para serem reproduzidos pelos bebês. Mesmo assim, é importante estimula-los desde cedo. Uma opção pode ser começar com os de ação (“você está comendo um biscoito”) relacionando ao que o bebê está fazendo ou vendo naquele exato momento. Assim, ele associa as palavras de forma mais fácil.

Estímulo certo
O desenvolvimento da linguagem é um processo longo e trabalhoso, que só termina por volta dos 6 anos, quando a criança já está apta a pronunciar todos os fonemas. As primeiras palavras surgem por volta de 1 ano a 1 ano e meio. "O bebê costuma falar palavras soltas, como mamãe, bola ou o nome de uma comida preferida. E também é capaz de formar pequenas frases, como ‘quer água’", explica Silvana. O avanço e o amadurecimento da linguagem dependem dos estímulos que a criança recebe do ambiente. "Se o filho aponta o objeto que quer e a mãe o atende prontamente, sem que ele tente falar, vai demorar mais para aprender", diz a fonoaudióloga Quezia.

A melhor maneira de levar seu filho a falar direito, portanto, é conversar com ele normalmente. Mesmo que pronuncie errado a palavra, insista no jeito certo. Se ele pede a "dedera", responda que vai preparar a mamadeira. A partir dos 3 anos e meio se a criança ainda apresentar muitas trocas de palavras é hora de procurar um especialista, aconselha a fonoaudióloga Ana Maria Hernandez.

Dicas para estimular o diálogo com a Criança:
- O ideal é se comunicar com o bebê mais intensamente nos momentos em que ele estiver atento. Durante crises de choro ou períodos de irritação ele não irá prestar muito atenção no que você diz;
- Procure não usar muitos estímulos, além do contato visual, enquanto conversa com ele, isso ajuda o bebê a se concentrar nas palavras;
- Aproveite situações do cotidiano para ouvir o que seu filho está falando e conversar com ele apresentando o nome das coisas. Assim, as palavras ganham significado e são gravadas com mais facilidade;
- Pronuncie as palavras sempre de maneira correta. Se preciso, faça variações de voz, aumentando-a ou suavizando. Não tente dizer o nome das coisas pelo som, é melhor usar sempre as palavras reais;
- Na hora das refeições, fale do prato, da colher, das cores e consistência dos alimentos.
- Aproveite o banho para nomear as partes do corpo e narrar as ações que a criança estiver fazendo: pegar o sabonete, a esponja, jogar água, esfregar a perna;
Faça comentários sobre a forma e a textura dos brinquedos;
- Conte algo do dia com detalhes interessantes para a criança: o momento em que a vovó telefonou, uma coisa que você viu na rua;
- Leia e conte histórias. Ao ler livros para o bebê, seja mais expressivo, um verdadeiro narrador. Isso desperta a atenção dele;
- Nos passeios, aproveite para ensinar novas palavras a ele. Aponte os pássaros e as árvores, por exemplo;
- Ouçam e cantem juntos músicas e histórias.
- JAMAIS dê apelidos as coisas do dia a dia dele.
Aqui em casa, mamadeira era mamadeira, chupeta era chupeta, fraldinha é fraldinha. Nunca incentivei apelidos e não gosto disso. Lembrando que a mãe entende os nomes, apelidos e outras formas de falar, mas o resto do mundo NÃO! Pense nisso.

2 comentários:

Fabi disse...

Em casa sempre procuramos falar da maneira correta! Mas confesso que os "apelidos" mama, au-au, dodói, sempre foram usados e com o tempo eles mesmo vão abandonando.
Esses dias o Matheus me falou: Mãe o JP agora não chama mais o carro de "bum bum" ele ja fala certinho...

Mari Hart disse...

AMiga,eu cometi esse erro com minh filha mais velha e ela falu errado até uns 6 anos acredita?!Mas vivendo e apredendo,Pedro aos 3 anos fala mais correto do Stella aos 6!ahhahaha...tá certíissimo post!
Beijão!

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